the baffled king composing hallelujah
[tonalidades, matizes e combinações] in me
'soon this space will be too small and I'll laugh so hard that the walls cave in then I'll die three times and be born again in a little box with a golden key and a flying fish will set me free ... soon this space will be too small and I'll go outside and I'll go outside'... lhasa de sela
(ele: casas comigo outra vez?
eu: só se for descalça e com muito verde à volta (ah e troco o arroz e as pétalas por bolas de sabão!) ...mas desta vez largamos tudo e fugimos juntos para nunca mais voltar?
ele: sim!...)
...
e eu não vou atrás de mim?
...
isto fez-me lembrar outra conversa:
(...é o meu refúgio.
precisas de refugiar-te de quê?
de mim, sobretudo de mim!)
[dos rostos ou chamadas recebidas 1/7/2008 13:18:57 ]
sentada num canto da sala, ele do lado oposto encostado à janela. a sua postura era diferente da postura dos outros, parecia assistir e não fazer parte da peça. e apesar de ter deixado escapar um sorriso, as feições do seu rosto assustavam-na sem que ela conseguisse perceber porquê.
vestia todo de preto e tinha umas mãos lindas, que teimava em esconder nos bolsos do longo sobretudo preto.
chegada a altura da selecção ela sentiu como se o momento fosse uma espécie de marcação de gado jovem com ferro em brasa – ‘todos menos ele’.
havia um pequeno alvoroço na sala, levantavam-se os escolhidos para deleite dos que escolhiam. quase alheada de tudo não parava de pensar (quase em forma de suplica) – ‘todos menos ele, todos menos ele’.
e ele discreto, pouco ansioso por escolher, ainda encostado ao parapeito da janela, escolhe duas raparigas. olha para o outro lado da sala aponta o dedo e diz: ‘tu.’ e ela: ‘quem, eu?’, ele: ‘sim tu.’, o corpo dela gelou, como se soubesse antecipadamente que havia qualquer coisa dela nele, pensou – ‘já está!’.
até hoje não se percebe muito bem quem escolheu quem, se ele a ela se ela a ele... houve escolha?...
ele não sabe que quando lhe diz que ela é especial, é absolutamente irrelevante em relação ao facto de ele o ser para ela, porque ela sabe que há qualquer coisa dela nele e isso basta. de qualquer modo, ‘há palavras que nos beijam’ e nos fazem muito bem quando nos sentimos muito cansados. obrigada pela disponibilidade 'padrinho'.
[ ]
as senhoras professoras, hoje presentearam-nos (a nós colegas, e à sôtora catedrática) com os seguintes mimos:
'depois vou interagir mais com o livro recomendado´;
'ela quer que aceitem-na como ela é';
' tem que haver uma certa coerência entre os pais e os filhos';
'não fui eu que concluí isto que aqui está, foi o que eu concluí do autor';
´na verdadeira ascensão da palavra';
e a colega d. (professora do 1º ciclo) que escreve 'reflessão' e 'intenxão' aquando a intervenção de outra colega sobre a importância do professor enquanto facilitador, diz: 'daí a importância da formação dos professores'.
Bravo colega, bravíssimo!!
saí de lá tão cansada, mesmo muito cansada...
no caminho para casa vim acompanhada pelo jorge palma na radar (ocorreu-me que poderia ser o momento em que seria salva. àquela hora, sem vermelhos na estrada de benfica, são 5 minutos da av. berna até casa! o só ocupou grande parte do percurso mas não foi suficiente).
quando cheguei o sr. a. tinha acabado de sair, veio entregar a encomenda da última revista: os escritos de frida kahlo.
posto isto, continuo a sentir-me muito cansada (o raio do medicamento provoca-me terríveis dores de cabeça!) e atrevo-me a dizer que me sinto decepcionada mas neste momento nem tenho coragem para pedir milagres!
e qual é o maior órgão do corpo?
a pele pois então...
apetece, não apetece?
do novo álbum Sigur Ros - Gobbledigook
Obrigada ao R. pelo email :)
photo daqui, via there's only 1 alice
titalú surripiado algures dos carapaus
1. Identity Statuses and Meaning-Making in the Turning Point Narratives of Emerging Adults;
2. A reconfiguração ontológica da hermenêutica § 7 e §§31 e 32 Ser e Tempo;
3. Projecto tese - Hannah Arendt e a proposta de separação entre política e educação.
ponto um, aparentemente realizável,
ponto dois, no limiar do absurdo,
ponto três, heresia total.
algures pelo meio: quatro aniversários, um casamento, leonard cohen, a defesa da tese do R., um daqueles fins de semana de resgate, o convite para o 42nd Montreux Jazz Festival, ah e também estava ironicamente previsto beirut no FMM, mas para manter o actual nível de sanidade talvez este panorama seja suficiente.
o meu lado delirante permite-me manter algumas virtudes, como a perseverança, por exemplo.
(...)
Assim como num dia de Verão as ondas se juntam, se levantam e caem; e o mundo inteiro parece estar a dizer "é só isto" cada vez com mais veemência, até que o próprio coração no interior do corpo deitado ao sol na praia diz também: é só isto.
Mrs Dalloway, Virginia Woolf
fragilidade e coragem. humana, demasiado humana.
eu aqui e tu longe, eu aqui, sozinha no meio desta gente, sentada contigo no pensamento, ao mesmo tempo em que leio e, heroicamente, sublinho: 'there is rust in my mouth, the stain of an old kiss'. eu aqui, selvaticamente presa a desejos e imagens que não posso partilhar, eu aqui e tu longe... you keep me waiting for the promise that is mine*
I have gone out, a possessed witch,
haunting the black air, braver at night;
dreaming evil, I have done my hitch
over the plain houses, light by light:
lonely thing, twelve-fingered, out of mind.
A woman like that is not a woman, quite.
I have been her kind.
I have found the warm caves in the woods,
filled them with skillets, carvings, shelves,
closets, silks, innumerable goods;
fixed the suppers for the worms and the elves:
whining, rearranging the disaligned.
A woman like that is misunderstood.
I have been her kind.
I have ridden in your cart, driver,
waved my nude arms at villages going by,
learning the last bright routes, survivor
where your flames still bite my thigh
and my ribs crack where your wheels wind.
A woman like that is not ashamed to die.
I have been her kind.
'e se, mesmo depois do fruto por inteiro, aquando a tua ausência, no meu corpo teimosamente persistir esta inscrição inacabada?'
*magnetized, laura veirs
[e sai um draft de 3/15/08]
edit post
[universo paralelo/narcótico ou ajudinha ao entorpecimento]
‘... And if a double-decker bus crashes into us to die by your side, is such a heavenly way to die and if a ten-tonne truck kills the both of us to die by your side well the pleasure, the privilege is mine… take me anywhere, I don't care, I don't care, I don't care’
os pensamentos flutuam entre o divórcio dos meus pais; a minha condição profissional; a venda da nossa casa; a segunda parte do seminário (60 minutos absolutamente intragáveis, entre testemunhos e momentos de auto promoção roubados à força pelos colegas ‘os profissionais do ensino’ aqueles que entram numa sala de aula todos os dias!!...); o telefonema que não fiz para partilhar o sonho da noite anterior: entre gargalhadas verdadeiramente sentidas, um dente partido e uma colher de arroz de feijão (estes sonhos pela sua peculiaridade estão todos devidamente registados...um dia quem sabe); as telas que me faltam terminar até ao final da semana; a consulta de terça-feira; tu que me esperas para jantar... o resto da vidinha, e o que não me apetece....não me apetece sentir, a continuar assim ainda cuspo o coração pela boca!!
pronto, poderia ter sido pior.
a sensação de que se pode morrer dentro de uma caixa de lata e vidro não é muito diferente da sensação de que se pode morrer quando tranquilamente lemos um livro ou contemplamos uma coisa bela... estamos sempre prontos para morrer... morreremos ponto. e nenhuma vida ou a hipótese de viver outra e outra vez anula esta terrível angústia de (im)possibilidade.
por aqui, ouve-se isto
[SOIESILENCE]
“Poder-se-ia dizer que é uma história de amor, mas se fosse apenas isso não valeria a pena contá-la.Tem a ver com desejos e dores, que se sabe muito bem o que são, mas um nome verdadeiro para os dizer, não há. De qualquer forma, não é amor - isto é algo de antigo quando não há um nome para dizer as coisas, então usam-se histórias. (...)
Todas as histórias têm a sua música própria.
Esta tem uma música branca.
É importante dizê-lo porque a música branca é uma música estranha, às vezes desconcertante: toca-se baixinho e dança-se devagar.
Quando bem tocada é como ouvir tocar o silêncio, e os que a dançam como deuses parecem imóveis ao olhar. É algo sobremodo difícil a música branca. Mais a acrescentar não há.”
Alessandro Baricco
"Nunca tivemos tempo, não é, uns para os outros, e agora é tarde, estupidamente tarde, ficamos assim a olhar-nos, ausentes, estrangeiros, cheios de mãos supérfluas sem bolsos para ancorar, à procura, na cabeça vazia, das palavras de ternura que não soubemos aprender, dos gestos de amor de que nos envergonhamos, da intimidade que nos apavora. (...) Nunca é agora entre nós*, é sempre até domingo, até sexta, até terça, até ao próximo mês, até para o ano, mas evitamos cuidadosamente enfrentar-nos, temos medo uns dos outros, medo do que sentimos uns pelos outros, medo de dizer Gosto de ti."
Ingredientes: 500 g de seitan. ameixas pretas secas. vinho branco. sal, azeite e pimenta. 6 dentes de alho. 2 folhas de louro e alecrim
Abrir o naco de seitan como se fosse um livro, temperar a parte interna com sal e pimenta. Cozinhar as ameixas e o vinho durante 20 minutos. Retirar as ameixas e reservar o vinho, eliminar os caroços e colocar a fruta sobre o seitan, enrolando-o e amarrando-o. Colocar um pouco de azeite numa frigideira e dourar o seitan. Retirar e colocar numa travessa de forno. Regar com o vinho reservado, colocar os temperos por cima e levar a assar em forno médio por 1 hora. Servir em fatias regando com o molho.
e agora vou andando, au-devant de la neige qui tombe...
one last dance because springtime is coming!
Boa Páscoa.
há momentos em que só queria sentir [outra e outra vez], o calor e o cheiro da sua pele. aconchegar a sua cabeça no meu regaço nu e ficar. tentar abrandar a aridez da poeira do deserto. lembro-me, aqui e agora, do toque das minhas mãos nas suas.
‘as redes são passageiras arquitecturas da fuga’*
esta não é quem eu queria ser é quem sou.
* Jorge Palma
descobri, via margarete, que este senhor actuará em Portugal dia 19 de Julho.
(oh mãezinha, e eu que já gastei o trunfo do SOS Health Care, and now?)
resta-me um golpe ferozmente baixo (por Leonard Cohen ao vivo vale tudo), então cá vai (que eu seja castigada se quero pressionar ou impressionar alguém):
mas por nove anos de dedicação, amor e carinho (trabalho árduo, portanto) esta seria uma recompensa à altura.
alice, por razões de natureza profissional e monetária não assistirá, a 21 de Abril, a isto:
porque o rasgo emocional será considerável,
foram tomadas medidas no sentido de atenuar os danos.
Assim, a 26 de Maio, assistirá a isto:
mas por uma questão de precaução,
alice deixa aqui o alerta (atenção aos mais preocupados com a sua saúde!)
para a necessidade de um reforço, isto é, assistir a 24 de Julho, a isto:
today is a teguerinta e teguês birthday boy :)
[You Can Never Hold Back Spring*]
You can never hold back spring
You can be sure, I will never stop believing
The blushing rose that will climb
Spring ahead, or fall behind
Winter dreams the same dream, every time
Baby, you can never hold back spring
And even though, you've lost your way
The world is dreaming, dreaming of spring
So close your eyes, open your heart
to the one who's dreaming of you
and, you can never hold back spring
Remember everything that spring can bring
Baby you can never hold back spring
Baby you can never hold back spring
*Tom Waits
criaturas, porque temos tanto de estranho quanto de belo.
e (para o bem e para o mal) é nelas que imprimimos aquilo que apenas a nós pertence.
terebintina, porque adoro o seu odor intenso a pinho.
indizível, sem porquês.
metamorfose, porque implica movimento, transformação.
qualquer adjectivo seguido do sufixo ‘mente’. gosto, evidente-mente, de advérbios. surpreendente-mente não sei explicar porquê!