'soon this space will be too small and I'll laugh so hard that the walls cave in then I'll die three times and be born again in a little box with a golden key and a flying fish will set me free ... soon this space will be too small and I'll go outside and I'll go outside'... lhasa de sela
[" Ama como a estrada começa. "]
Não adoro o passado
não sou três vezes mestre
não combinei nada com as furnas
não é para isso que eu cá ando
decerto vi Osíris porém chamava-se ele nessa altura Luiz
decerto fui com Isis mas disse-lhe eu que me chamava João
nenhuma nenhuma palavra está completa
nem mesmo em alemão que as tem tão grandes
assim também eu nunca te direi o que sei
a não ser pelo arco em flecha negro e azul do vento
Não digo como o outro: sei que não sei nada
sei muito bem que soube sempre umas coisas
que isso pesa
que lanço os turbilhões e vejo o arco íris
acreditando ser ele o agente supremo
do coração do mundo
vaso de liberdade expurgada do menstruo
rosa viva diante dos nossos olhos
Ainda longe longe essa cidade futura
onde «a poesia não mais ritmará a acção
porque caminhará adiante dela»
Os pregadores de morte vão acabar?
Os segadores do amor vão acabar?
A tortura dos olhos vai acabar?
Passa-me então aquele canivete
porque há imenso que começar a podar
passa não me olhas como se olha um bruxo
detentor do milagre da verdade
a machadada e o propósito de não sacrificar-se não construirão ao sol coisa nenhuma
nada está escrito afinal
Mário Cesariny de Vasconcelos (1923-2006)
[Untitled Post]*
*Fazes-me falta, Inês Pedrosa
Ok. Desta vez foi só uma ameaça.*
Poderás continuar a passear-te pela [minha] cozinha,
tocar nos [meus] tachos e tigelas,
utilizar o [meu] forno do pão.
Com nozes ou sem nozes,
com maior ou menor quantidade de sultanas...
continuas a ser o melhor padeiro que conheço!
Fa yeung nin wa [in the mood for love]
Slow motion feelings...
Su Li-zhen Chan: "You notice things if you pay attention."
...
Chow Mo-wan: "They went up a mountain, found a tree, carved a hole in it, and whispered the secret into the hole. Then they covered it with mud. And leave the secret there forever."
Há dias em que me apetece não ter entranhas...
Há dias em que me apetece ser animada pelo vento,
como se fosse um dos Strandbeesten de Theo Jansen.
Há dias em que gostava de ser uma criatura fantástica.
Seminário de antropologia filosófica, numa das salas da fcsh, N. F. abre A espuma dos dias do Boris Vian e lê o sublinhado no seu livro, (traduzindo directamente do francês):
“ A terra é estéril - disse o homem - sabe o que isso quer dizer: para a defesa do país são precisas matérias de primeira qualidade. No entanto, há muito tempo se verificou que os canos das espingardas só crescem regularmente e sem distorção se houver calor humano. Coisa que sucede, aliás, com todas as armas.
- Claro - disse Colin.
- Tem de fazer doze pequeninos buracos na terra – disse o homem - , repartidos pelo coração e pelo fígado, e depois deita-se em cima dela despido. Tapa-se com a cobertura de lã estéril que ali está, e procura libertar o calor perfeitamente regular.
(...)
- Crescem para baixo? - disse Colin.
- Sim, por baixo está iluminado - disse o homem. – Têm um fototropismo positivo mas crescem para baixo porque são mais densos que a terra, ilumina-se principalmente a parte de baixo, para não haver distorção.
(...)
- Utilizam mulheres? – perguntou Colin.
- Não podem fazer o trabalho – disse o homem. – Não têm o peito suficientemente chato para o calor se repartir de uma forma perfeita. Vou deixá-lo trabalhar.(...)”
Desta vez, curiosamente, também lá estavas, seguindo a leitura atentamente. O texto impresso nas páginas 170-171, o asterisco, a linha negra de carvão deixada pelo lápis. Tudo tão claro.
Há uns tempos, no programa Câmara Clara, a psicanalista Maria do Carmo Sousa dizia: “eles são um produto limpinho, purinho, como a água do luso”...eu disso não percebo nada, só sei que são sempre reais, muito reais.
"Quero uma vida em forma de espinha
num prato azul
Quero uma vida em forma de coisa
no fundo dum sítio sozinho
Quero uma vida em forma de areia nas minhas mãos
em forma de pão verde ou de cântara
em forma de sapata mole
em forma de tranglomanglo
de limpa-chaminés ou de lilás
de terra cheia de calhaus
de cabeleireiro selvagem ou de édredon louco
Quero uma vida em forma de ti
E tenho-a mas ainda não é bastante
Eu nunca estou contente."
Boris Vian
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