'soon this space will be too small and I'll laugh so hard that the walls cave in then I'll die three times and be born again in a little box with a golden key and a flying fish will set me free ... soon this space will be too small and I'll go outside and I'll go outside'... lhasa de sela

[Mater]







"Estou sentada na margem do rio [...]
estou sentada sobre as ervas.
Estico o braço e toco as águas que se aproximam da margem para falarem comigo.
Mergulho os dedos e a água é fresca.
Ouço as palavras serenas que a água me diz.
[...] O corpo do rio agita-se lentamente.
Todo o seu corpo é de água.
O rio é sempre jovem.
Podem passar séculos.
Pode passar toda a eternidade.

O rio é sempre jovem."


José Luis Peixoto, Cal







hoje, na caixa do correio...

um livro e um postal,
deixaram uma alice encantada :)


Muito obrigada Su.












Aqui deseja-se a todos,

a Merry Little Christmas :)

C. Dezembro 2007




"HOJE, O ENJOO, A NÁUSEA, A AGONIA
[DO TEMPO...]


Curvo-me perante o espelho,
NÃO QUERO TER A TERRÍVEL LIMITAÇÃO
dos dias, e ainda assim,
I A M NOT CONCERNED WITH VERISIMILTUDE....

Com toda a serenidade escrevo:
"MENINA BONITA, ESTE POST É PARA SI"
e espero tornar mais brando o ardor
DA ESPUMA NA CARNE da menina criança, que ainda sonha.

Resgatada desta serenidade pelo eco de uma verdade nua e crua, que persiste em soar cada vez mais alto:
“E PERSUADIA-SE DE QUE ERA EQUILÍBRIO A FENDA QUE, EM SI MESMA, ASSIM ABRIA.”
Deixo-me ir...





Olho-me no espelho em queda lenta...
Afundo-me...
Afundo-me... lentamente e não faço nada para o contrariar
Quando quase chego ao fundo sou surpreendida pela emergência de uma [ODE to him]

sem perceber como, sou trazida à superfície abruptamente,
incompreensivelmente,



vejo-me de novo, curvada, prostrada, e ainda assim, insisto nas palavras:
... IN A MANNER OF SPEAKING
a imagem difusa no espelho apela-me:
NE DIS RIEN"






com os últimos 10 títulos,
um grande esforço em resposta ao teu desafio Su :)
















... in a manner of speaking



I just want to say

That just like you I should find a way

To tell you everything

By saying nothing




[In a Manner Of Speaking, Winston Tong - Tuxedomoon] Acoustic Cover











[ODE to him]







Se as letras de paixão
couberem dentro das palavras transversais
e das frases alternativas
beijar-te-ei com o mesmo afinco
da palavra assombroso,
do significado de fantástico
e tocarei com a minha língua
no céu da tua
boca.






e persuadia-se de que era equilíbrio a fenda que, em si mesma, assim abria.





quando o corpo era já só um excesso que lhe pesava e,


em baixo,


havia aqueles que a olhavam,


do topo do seu prédio,

ela não caía,


voava.












rute mota in, minguante




da espuma na carne*





*a maior parte das vezes sem galochas.




este blog é a relação do que se faz ou do que sucede nos meus dias
um diário, portanto.


sobre mim, para mim...

e para mais uns quatro ou cinco que andam por aí.







em resposta à questão do tratado


menina bonita, este post é para si.



"I am not concerned with verisimiltude....
I am not concerned with capturing reality,
I'm concerned with creating it myself. "


The Wizard of Oz, 1956, 1994
from the offset photograph series Scarred for LifeText from image:
"He was playing Dorothy in the school's production of the Wizard of Oz.
His father got angry at him for getting dressed too early."



via C








não quero ter a terrível limitação


de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido.






eu não:

quero é uma verdade inventada.

Clarice Lispector















hoje, o enjoo, a náusea, a agonia.



Ele: conhecias o J. do nosso curso?
Eu: sim, claro!
Ele: não tenho outra maneira de te dizer isto...Ele deu um tiro na cabeça.
____________________________________________________________.








[Who’s there? Quem está aí?] *



quarta-feira, 17 de Outubro de 2007
21:30, teatro maria matos, plateia, segunda fila, lugar B-3

Abstraio-me das pessoas à minha volta, sustenho a respiração e aguardo... na escuridão ouve-se o sussurrar da pergunta: Who’s there? Quem está aí?

os actores surgem de costas voltadas para o público de frente para os espelhos, procurando-[se] por detrás das máscaras... é assim que começa e termina a encenação de João Mota.

o espaço vazio, os despojados pés nus dos actores, uns comediantes com flautas...

estamos em Elsinore.



não há Diogo Infante mas um Hamlet que representa as nossas contradições e angústias...


[Qual é então a essência do seu Hamlet?
Prende-se com aceitar algo que para mim é complicado e se relaciona com as minhas limitações, não só as cognitivas mas sobretudo as físicas. Com a minha finitude, a minha mortalidade. Relaciona-se com a consciência de que a minha essência se esgota no acto da morte. Hamlet violenta-se e obriga-se ao confronto com essa realidade. A partir do momento em que ele reconhece que nunca mais vai ver o pai tem, em termos simples, duas opções: ou age e mata, ou mata-se porque então nada faz sentido.]

in, Jornal Letras 13 Set. 2007


«Vai procurar a minha senhora e diz-lhe que, por mais pintura que ponha no rosto, é a este estado que irá chegar. Fá-la rir disso.»


*estamos todos juntos a representar no mesmo palco!



Teatro Maria Matos - Hamlet, de William Sakespeare, com encenação de João Mota. Tradução de Sophia de Mello Breyner.
Com:Albano Jerónimo, Alexandre Lopes, Ana Lúcia Palminha, Carlos Paulo, Diogo Infante, Gonçalo Ruivo, Hugo Franco, João Ricardo, João Tempera, José Oliveira, José Pedro Caiado, Miguel Sermão, Natália Luíza e Raúl Oliveira.






psst you...


nunca te disse, pois não?






“Quando o primeiro contacto com algum objecto nos surpreende e o consideramos novo ou muito diferente do que conhecíamos antes ou então do que supúnhamos que ele devia ser, isso faz que o admiremos e fiquemos espantados com ele.

E como tal coisa pode acontecer antes que saibamos de alguma forma se esse objecto nos é conveniente ou não, a admiração parece-me ser a primeira de todas as paixões.
E ela não tem contrário, porque, se o objecto que se apresenta nada tiver em si que nos surpreenda, não somos emocionados por ele e consideramo-lo sem paixão.”

René Descartes, in 'As Paixões da Alma'



está dito então!

e fica aqui acompanhado de beirut porque hoje, por tua causa, tocam non stop na grafonola :P

e se, por acaso, alguém nos oferece um SORRISO?





ficamos grandes, GIGANTES!




# II, da série [“I've heard of a man who says words so beautifully that if only he speaks their name, women give themselves to him.”]*









*Leonard Cohen


[ODE to him]




Alfazema: Lavanda angusti[foli]ada. O teu peito sabe a alfazema.
Não consigo repousar os meus cabelos, líquenes atormentados, mas
tu afaga-los e eles cedem ao sono. Perguntas-me pelo meu peito.
Esconde-se na tua alfazema.

Tratado de Botânica, Joana Serrado



alice em modo muito envaidecido,





volta às aulas nesta casa,



e é,orgulhosamente, colega de alguns ex-alunos :):):)





O
Sinto que algumas partes do meu corpinho foram violentamente forçadas!

Seguro escolar 2007/2008 : 1.50 €
Custo Administrativo (leia-se um boletim de inscrição de UMA página): 23.50 €
Propinas 1º semestre 2007/2008: 450.00 €
Pedido de creditação: 25.00 €





[My body is a cage*]





*Arcade Fire







PEQUENO CONFRONTO
QUE NAO RESULTA EM VENCEDOR


Tod und Madchen (Mann und Madchen), EGON SCHIELE

Todos os pares representam a encenação da vida e da morte.
Podem alternar entre si os papéis, mas não há situação alter-
nativa. Aleluia num beijo de agonia num beijo de aleluia.
Uma alternativa aqui seria um escândalo universal. A encena-
ção, porém, não é clara, os papéis não são evidentes nos corpos.

Die Windsbraut, OSKAR KOKOSCHKA

Uma mulher dorme sobre um coração revolto. Uma mulher
de olhos fechados para a sua própria nudez, bela, nua, bela.


Egon Schiele, Dead Girl. 1910

Um homem cheio de músculos. Um homem sem posição.


Egon Schiele, Standing Male Nude with Red Loincloth, 1914

E o vento, uma divindade menor, misturando-os, descuida-


Egon Schiele, Embrace. 1917

damente. Um coração revolto nas demoradas pálpebras de
uma mulher.




Vasco Gato, A prisão e a paixão de Egon Schiele







Há dias assim, cheios de palavras que nos beijam *


Parabéns amiga, cá o esperamos com muito amor para dar.


* Há palavras que nos beijam Como se tivessem boca. Palavras de amor, de esperança, De imenso amor, de esperança louca.

Alexandre O'Neill


para ti, hoje, as palavras...



Ela disse: Sou uma cidade esquecida.
Ele disse: Sou um rio.

Ficaram em silêncio à janela
cada um à sua janela
olhando a sua cidade, o seu rio.

Ela disse: Não sou exactamente uma cidade.
Uma cidade é diferente de uma cidade esquecida.



Ele disse: Sou um rio exacto.

Agora na varanda
cada um na sua varanda
pedindo: Um pouco de ar entre nós.
Ela disse: Escrevo palavras nos muros que pensam em ti.
Ele disse: Eu corro.

De telefone preso entre o rosto e o ombro
para que ao menos se libertassem as mãos
cada um com as suas mãos libertas.
Ela temeu o adeus, disse: Sou uma cidade esquecida.
Ele riu.



Filipa Leal, A cidade líquida e outras texturas









# I, da série [“I've heard of a man who says words so beautifully that if only he speaks their name, women give themselves to him.”]*











*Leonard Cohen







[arquitectura interna]


"Qual a diferença entre um crime realizado e outro imaginado, saboreado, amado, mas não cometido? A seguinte: o primeiro já não poderá não ser, o segundo deixa a ilusão de não ter perturbado a nossa natureza. Em consciência, deveriam provocar em nós o mesmo remorso; mas não sucede assim porque, no segundo caso, nada nos impede de voltarmos a ser o que éramos anteriormente."


Cesare Pavese- O OFÍCIO DE VIVER




«Hoje acordei sem silêncio no peito.





Deixei queimar a pele no duche para me certificar que existia.»


Olga Roriz, Coreógrafa*




*in, um minuto de silêncio aqui via letras de babel

[de volta a casa, ponto de situação da nossa silly season]



em Junho, tínhamos percebido a ideia corrente de que no Douro nos sentimos mais perto dos deuses...


o cheiro intenso do rosmaninho


estrada Mogadouro-Miranda do Douro, Junho 2007



o vermelho das papoilas



percurso pedestre Miranda do Douro- São João das arribas, Junho 2007




as escarpas e precipícios de xisto e quartzito




arribas do Douro zona do Picote, Junho 2007


uma paisagem rude e imponente tantas vezes decorada pelas copas de laranjeiras, limoeiros, olivais e vinhas


início do percurso pedestre Vale da Ribeira do Mosteiro, Junho 2007




Penedo Durão, Junho 2007




desta vez, perdidos entre paisagens graníticas







percurso pedestre Agarez-Arnal, Agosto 2007


aldeias dominadas pelo xisto e colmo






aldeia de Ermelo, Agosto 2007



aldeia de Lamas de Olo, Agosto 2007



uma barreira de quartzitos que origina um degrau geológico que nos impressiona verdadeiramente




Quedas de água das Fisgas do Ermelo, Agosto 2007





cascatas e rios de águas límpidas

cascata do arnal , Agosto 2007





rio Olo e ponte medieval, Agosto 2007


descobrimos lugares e gentes não menos imponentes e generosas.

[custa tanto voltar a Lisboa...mas em Setembro há mais :)]

Fotografias de P. e C.





vamos andar perdidos algures por aqui





depositaremos a carcaça aqui




BOAS FÉRIAS :)











[sinner]














Strange infatuation seems to grace the evening tide.
I'll take it by your side.
Such imagination seems to help the feeling slide.
I'll take it by your side.
Instant correlation sucks and breeds a pack of lies.
I'll take it by your side.
Oversaturation curls the skin and tans the hide.
I'll take it by your side.



tick - tock, tick - tock, tick - tock
tick - tick - tick - tick - tick – tock




I'm unclean, a libertine
And every time you vent your spleen,
I seem to lose the power of speech,
Your slipping slowly from my reach.
You grow me like an evergreen,
You never see the lonely me at all



I...




Take the plan, spin it sideways.


I...




Fall.




Without you, I'm nothing.
Without you, I'm nothing.
Without you, I'm nothing.


Take the plan, spin it sideways.



Without you, I'm nothing at all.



Placebo (and David Bowie)
























nesta noite estás como anúncio PRECISA-SE na página


gasta da minha pele


Vasco Gato, A prisão e paixão de Egon Schiele

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