'soon this space will be too small and I'll laugh so hard that the walls cave in then I'll die three times and be born again in a little box with a golden key and a flying fish will set me free ... soon this space will be too small and I'll go outside and I'll go outside'... lhasa de sela

Fiz referência neste espaço à IGV em outubro de 2006, volto a fazê-lo hoje, o primeiro dia de campanha. Já li, ouvi e discuti muito sobre o assunto. Já pensei muito sobre o assunto. Continuo, tal como há oito anos, a defender a despenalização da mulher que aborta. Lamento voltar a ser chamada a posicionar-me face a uma questão que considero puramente legal.
Desanimam-me os radicalismos, alegram-me os debates civilizados.
- Os argumentos do Não sustentam-se nas suas premissas?
Não.
- Os argumentos do Sim sustentam-se nas suas premissas?
Não.
- Alguma das posições apresentadas se sustenta em argumentos racionalmente válidos, neste sentido, capazes de excluir os argumentos contrários?
Não.
- Existe uma clara inconsistência nos argumentos das duas posições?
SIM.
-Analisados os argumentos que sustentam as duas posições podemos afirmar que, na generalidade, ambos se sustentam em sentimentos e predisposições subjectivas?
SIM.

- A lei existente no nosso país é absolutamente inconsistente?
SIM.
- Do reduto da minha subjectividade - pergunto e respondo, alterar a actual lei possibilita uma mudança neste estado de coisas?
SIM.
não alterar nada, é continuar mergulhado na inconsistência, assim não!



"337 O vocabulário do amor é restrito e repetitivo, porque a sua melhor expressão é o silêncio. Mas é deste silêncio que nasce todo o vocabulário do mundo."





"354 Não ouças só as palavras que ouvires, ouve-lhes também o silêncio, se o tiverem. Porque há tanta variedade de silêncio. O da cólera, da expectativa, do êxtase, da ameaça, da suspeita, de. Ouve. Ele te dirá decerto mais do que as palavras, que são só a sua manifestação, a face do seu aparecer. Mas há silêncios que não têm um aparecer. Ouve, atende. São os que não cabem nos dicionários do mundo. Não tentes dizê-los.
in pensar,Vergílio Ferreira






[ODE to him]

sempre vivi na assunção que este seria o perigo,
até perceber que o perigo não está no que desejo mas no desejo que amordaço
.

a voz, o riso, a alegria, a dor - nela tudo parece absurdamente generoso



me deixas louca

atrás da porta


águas de março


[Childhood]

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Eugénio de Andrade

desdobramento com cor
desabrochando (lentamente), tal como prometido ;)

aguardando criticas, comentários e sugestões :)

halo



"Tenho que escolher o que detesto - ou o sonho,
que a minha inteligência odeia,

ou a acção, que a minha sensibilidade repugna;

ou a acção, para que não nasci, ou o sonho, para que ninguém nasceu.

Resulta que, como detesto ambos, não escolho nenhum;
mas, como hei-de, em certa ocasião,

ou sonhar ou agir,
misturo uma coisa com outra."

Livro do Desassossego, composto por Bernardo Soares,
ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa

Someone created this hardcore post:

“As years go by
All the feelings inside
Twist and they turn
As they ride with the tide
I don't advise
And I don't criticise
I just know what I like
With my own eyes
Sometimes”

“Did I disappoint you
Or leave a bad taste in your mouth?
You act like you never had love
And you want me to go without
Well, it's too late
Tonight
To drag your past out
Into the light”

“Well, I got us on a highway and I got us in a car
got us going faster than we've ever gone before
I got us on a highway and I got us in a car
got us going faster than we've ever gone before”

Sometimes interpretation sucks!





















Pudesse eu não ter laços nem limites
Óh vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes

Sophia de Mello Breyner Andreson

*Casais de Folgosinho
no silêncio de um vale entre as montanhas da Serra da Estrela...





* excertos de um documentário sic.



















''Quando?'' disse a lua às estrelas no céu.
''Logo,'' disse o vento que o seguia para casa.
''Quem?'' disse a nuvem que começou a chorar.
''Eu,'' disse o cavaleiro, tão seco como um osso.
''Quem?'' disse o sol que derreteu a terra.
''Porquê?'' disse o rio que se recusou a correr.
''Onde?'' disse o trovão sem um som.
''Aqui,'' disse o cavaleiro, e levantou a sua arma.
''Não,'' disseram as estrelas à lua no céu.
''Não,'' disseram as árvores que começaram a lamentar.
''Não,'' disse a poeira que cegou os olhos.
''Sim,'' disse o cavaleiro, tão branco quanto um osso.
''Não,'' disse a lua que se levanta do sono.
''Não,'' disse o clamor do pôr-do-sol.
''Não,'' disseram os planetas que começaram a chorar.
''Sim,'' disse o cavaleiro, e baixou a sua arma.

Um, dois, três, quatro.
Mãos limpas e mãos sujas
Olhos castanhos e azuis...


in, "the proposition", Nick Cave

bons voos em 2007 :)