Bom Natal e Grandes Festas em 2007 :)
'soon this space will be too small and I'll laugh so hard that the walls cave in then I'll die three times and be born again in a little box with a golden key and a flying fish will set me free ... soon this space will be too small and I'll go outside and I'll go outside'... lhasa de sela
Soquetes, meias, collants,
pantacollants...whatever...
de cor azul turquesa, lisas, de lã,
com dedos,
sem dedos,
às riscas, brancas, pretas,
15 dens, sem costuras,
verde azeitona, encarnadas,
com costura, cizentas às flores,
aos quadrados, lilás, rosa,
de malha, em microfibra..., ..., ...
Soquetes, meias, collants, pantacollants...whatever...
Imagens, catálogo winter 06/07 Calzedonia
"não procures mais o teu caderno de geografia
eu tirei-o da tua mochila..."
Jairo Anibal Nino, tradução e interpretação de Changuito
ouvir "a alegria de gostar" aqui
[Sentei à minha mesa
os meus demónios interiores
falei-lhes com franqueza
dos meus piores temores]*
tratei-os com carinho
pus jarra de flores
abri o melhor vinho
trouxe amêndoas e licores
chamei-os pelo nome
quebrei a etiqueta
matei-lhes a sede e a fome
dei-lhes cabo da dieta
conheci bem cada um
pus de lado toda a farsa
abri a minha alma
como se fosse um comparsa
E no fim, já bem bebidos
demos abraços fraternos
saíram de mansinho
aos primeiros alvores
de copos bem erguidos
brindámos aos infernos
fizeram-se ao caminho
sem mágoas nem rancores
Adeus, foi um prazer!
disseram a cantar
mantém a mesa posta
porque havemos de voltar.
Música Jorge Palma, letra Carlos Tê
*Aqui me confesso: com um especial agradecimento ao P. e à S. porque acreditam. Obrigada!
Visita-me enquanto não envelheço
toma estas palavras cheias de medo e surpreende-me
com teu rosto de Modigliani suicidado
tenho uma varanda ampla cheia de malvas
e o marulhar das noites povoadas de peixes voadores
vem
ver-me antes que a bruma contamine os alicerces
as pedras nacaradas deste vulcão a lava do desejo
subindo à boca sulfurosa dos espelhos
vem
antes que desperte em mim o grito
de alguma terna Jeanne Hébuterne a paixão
derrama-se quando tua ausência se prende às veias
prontas a esvaziarem-se do rubro ouro
perco-te no sono das marítimas paisagens
estas feridas de barro e quartzo
os olhos escancarados para a infindável água
vem
com teu sabor de açúcar queimado em redor da noite
sonhar perto do coração que não sabe como tocar-te
Al Berto
[" Ama como a estrada começa. "]
Não adoro o passado
não sou três vezes mestre
não combinei nada com as furnas
não é para isso que eu cá ando
decerto vi Osíris porém chamava-se ele nessa altura Luiz
decerto fui com Isis mas disse-lhe eu que me chamava João
nenhuma nenhuma palavra está completa
nem mesmo em alemão que as tem tão grandes
assim também eu nunca te direi o que sei
a não ser pelo arco em flecha negro e azul do vento
Não digo como o outro: sei que não sei nada
sei muito bem que soube sempre umas coisas
que isso pesa
que lanço os turbilhões e vejo o arco íris
acreditando ser ele o agente supremo
do coração do mundo
vaso de liberdade expurgada do menstruo
rosa viva diante dos nossos olhos
Ainda longe longe essa cidade futura
onde «a poesia não mais ritmará a acção
porque caminhará adiante dela»
Os pregadores de morte vão acabar?
Os segadores do amor vão acabar?
A tortura dos olhos vai acabar?
Passa-me então aquele canivete
porque há imenso que começar a podar
passa não me olhas como se olha um bruxo
detentor do milagre da verdade
a machadada e o propósito de não sacrificar-se não construirão ao sol coisa nenhuma
nada está escrito afinal
Mário Cesariny de Vasconcelos (1923-2006)
[Untitled Post]*
*Fazes-me falta, Inês Pedrosa
Ok. Desta vez foi só uma ameaça.*
Poderás continuar a passear-te pela [minha] cozinha,
tocar nos [meus] tachos e tigelas,
utilizar o [meu] forno do pão.
Com nozes ou sem nozes,
com maior ou menor quantidade de sultanas...
continuas a ser o melhor padeiro que conheço!
Fa yeung nin wa [in the mood for love]
Slow motion feelings...
Su Li-zhen Chan: "You notice things if you pay attention."
...
Chow Mo-wan: "They went up a mountain, found a tree, carved a hole in it, and whispered the secret into the hole. Then they covered it with mud. And leave the secret there forever."
Há dias em que me apetece não ter entranhas...
Há dias em que me apetece ser animada pelo vento,
como se fosse um dos Strandbeesten de Theo Jansen.
Há dias em que gostava de ser uma criatura fantástica.
Seminário de antropologia filosófica, numa das salas da fcsh, N. F. abre A espuma dos dias do Boris Vian e lê o sublinhado no seu livro, (traduzindo directamente do francês):
“ A terra é estéril - disse o homem - sabe o que isso quer dizer: para a defesa do país são precisas matérias de primeira qualidade. No entanto, há muito tempo se verificou que os canos das espingardas só crescem regularmente e sem distorção se houver calor humano. Coisa que sucede, aliás, com todas as armas.
- Claro - disse Colin.
- Tem de fazer doze pequeninos buracos na terra – disse o homem - , repartidos pelo coração e pelo fígado, e depois deita-se em cima dela despido. Tapa-se com a cobertura de lã estéril que ali está, e procura libertar o calor perfeitamente regular.
(...)
- Crescem para baixo? - disse Colin.
- Sim, por baixo está iluminado - disse o homem. – Têm um fototropismo positivo mas crescem para baixo porque são mais densos que a terra, ilumina-se principalmente a parte de baixo, para não haver distorção.
(...)
- Utilizam mulheres? – perguntou Colin.
- Não podem fazer o trabalho – disse o homem. – Não têm o peito suficientemente chato para o calor se repartir de uma forma perfeita. Vou deixá-lo trabalhar.(...)”
Desta vez, curiosamente, também lá estavas, seguindo a leitura atentamente. O texto impresso nas páginas 170-171, o asterisco, a linha negra de carvão deixada pelo lápis. Tudo tão claro.
Há uns tempos, no programa Câmara Clara, a psicanalista Maria do Carmo Sousa dizia: “eles são um produto limpinho, purinho, como a água do luso”...eu disso não percebo nada, só sei que são sempre reais, muito reais.
"Quero uma vida em forma de espinha
num prato azul
Quero uma vida em forma de coisa
no fundo dum sítio sozinho
Quero uma vida em forma de areia nas minhas mãos
em forma de pão verde ou de cântara
em forma de sapata mole
em forma de tranglomanglo
de limpa-chaminés ou de lilás
de terra cheia de calhaus
de cabeleireiro selvagem ou de édredon louco
Quero uma vida em forma de ti
E tenho-a mas ainda não é bastante
Eu nunca estou contente."
Boris Vian
IVG
Deste lado, depois do que lemos e ouvimos, julgamos que existe "alguma confusão" em torno do problema:
“Não devemos confundir o problema ético do aborto com o problema essencialmente político de saber se (e em que termos) a lei deve proibir o aborto. Contudo, ainda que sejam distintos, estes dois problemas estão relacionados: o problema ético é o fundamental, o que não significa que podemos investigá-lo sem atender ao problema político, mas não fazer o inverso. A resposta correcta ao problema político depende crucialmente da resposta correcta ao problema ético. Se descobrirmos que o aborto não é eticamente errado, ficaremos sem boas razões para o proibir. Sob a hipótese da permissividade moral do aborto, manter ou tornar o aborto ilegal, penalizando quem o realiza, constitui uma restrição arbitrária à liberdade das mulheres. E se descobrirmos antes que o aborto é eticamente errado? Deveremos inferir que a lei deve proibi-lo? Aqui é preciso avançar com mais cuidado, já que seria absurdo afirmar que a lei deve proibir tudo aquilo que é imoral. No entanto, se descobrirmos que o aborto é errado do mesmo modo ou pela mesma razão que o homicídio é errado, dificilmente conseguiremos evitar a conclusão de que a lei deve colocar fortes restrições ao aborto.”
A ética do aborto - perspectivas e argumentos, organização e tradução de Pedro Galvão
Lei actual:
Lei n.º 90/97 de 30 de Julho (Altera os prazos de exclusão da ilicitude nos casos de interrupção voluntária da gravidez)
A pergunta do referendo: «Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?». Do lado de cá, entendemos que a questão nos interpela sobre a legitimidade do Estado para penalizar a mulher pela realização de aborto. Mas, também deste lado, podemos andar um pouco "confusos".
Paula Rego - sem título, da série sobre o aborto
para te manteres vivo - todas as manhãs
arrumas a casa sacodes tapetes limpas o pó e
o mesmo fazes com a alma - puxas-lhe brilho
regas o coração e o grande feto verde-granulado
deixas o verão deslizar de mansinho
para o cobre luminoso do Outono e
às primeiras chuvadas recomeças a escrever
como se em ti fertilizasses uma terra generosa
cansada de pousio - uma terra
necessitada de águas de sons de afectos para
intensificar o esplendor do teu firmamento
passa um bando de andorinhões rente à janela
sobrevoam o rosto que surge do mar - crepúsculo
donde se soltaram as abelhas incompreensíveis
da memória
luzeiros marinhos sobre a pele - peixes
que se enforcam com a corda de noctílucos
estendida nesta mudança de estação
Al Berto
traz notícias solarengas :)
obrigada Ana, bom trabalho!:)
"Last night I dreamed that I was dreaming of you And from a window across the lawn I watched you undress Wearing your sunset of purple tightly woven around your hair That rose in strangled ebony curls Moving in a yellow bedroom light The air is wet with sound The faraway yelping of a wounded dog And the ground is drinking a slow faucet leak Your house is so soft and fading as it soaks the black summer heat A light goes on and the door opens And a yellow cat runs out on the stream of hall light and into the yard A wooden cherry scent is faintly breathing the airI hear your champagne laugh You wear two lavender orchids One in your hair and one on your hip A string of yellow carnival lights comes on with the dusk Circling the lake with a slowly dipping halo And I hear a banjo tango And you dance in to the shadow of a black poplar tree And I watched you as you disappeared I watched you as you disappeared I watched you as you disappeared I watched you as you disappeared"
Porque recebi a iniciativa da Raquel como uma dádiva,
Porque necessito de me experimentar [esticar o ser]...
created by: Cátia Mourão
» 01. Cátia Mourão - Lisboa (Portugal)
02. Cristina Nunes da Cunha - Milano (Italia)
03. Fernando Gouveia - Vila Real (Portugal)
04. Raquel Costa - Porto (Portugal)
05. José Henrique - Vila Real (Portugal)
06. Susanisca - Lisboa (Portugal)
07. Luís Filipe Gomes - Odivelas (Portugal)
08. Isabel Coelho dos Santos - Firenze (Italia)
09. Pedro Vieira - Lisboa (Portugal)
10. Ricardo P. Machado - Lisboa (Portugal)
11. Eduardo Basto - Coimbra (Portugal)
12. Alice - Amadora (Portugal)
de, como é simples ser feliz. ou, Renata’s sky
a. – vais dizer-me porquê princesa?
r. – porque, agora que tu pintaste o céu azul no meu quarto,
[ODE to him]
o meu corpo entrança-se de sonhos
qualquer coisa como uma droga bem forte
coisa estranha
opiada me preciso ou apenas vestida de papoilas e
para poder mastigar estes sonhos
Ana Mafalda Leite
às vezes sinto-me tão completamente....
posted by me]
não sabe a sorte que tem e de como irá fazer tantas pessoas felizes.
porque o toque da morte é uma espécie de cura sem mentira.
quem toca com o toque da morte
desconhece, por completo, o seu dom
e como o transmitir às pessoas que, verdadeiramente,
esperam por ele para começar a viver.
porque o toque da morte faz-nos descer à terra
de onde nunca deveríamos ter levantado as nossas cabeças
e que nunca deveríamos ter pisado com os nossos pés.
fernando ribeiro - o toque da morte, in as feridas essenciais
La route chante,
Quand je m'en vais.
Je fais trois pas,
La route se tait.
La route est noire,
À perte de vue.
Je fais trois pas,
La route n'est plus.
Sur la marée haute,Je suis monté.La tête est pleine,Mais le coeur n'a pas assez.
Sur la marée haute,Je suis monté.La tête est pleine,Mais le coeur n'a pas assez.
Mains de dentelle,
Figure de bois,
Le corps en brique,
Les yeux qui piquent.
Mains de dentelle,
Figure de bois.
Je fais trois pas Et tu es là.
Sur la marée haute,Je suis monté.la tête est pleine,Mais le coeur n'a pas assez.
Sur la marée haute,Je suis monté.la tête est pleine,Mais le coeur n'a pas assez.
Sou eu mesmo, o trocado,
O emissário sem carta nem credenciais,
O palhaço sem riso, o bobo com grande fato de outro
Sou eu mesmo, a charada sincopada
Que ninguém da roda decifra nos serões da província.
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
Sou eu mesmo, a charada sincopada
Que ninguém da roda decifra nos serões da província.
maria bethânia, marocotinha ao vivo
*(excerto de sou eu, álvaro de campos)
“o que a perturbou assim, pensa ela, foi a supressão do tempo presente operada pelo sonho. Está apaixonada apegada ao seu presente e não o trocaria por nada deste mundo, nem pelo passado nem pelo futuro. Por isso é que não gosta de sonhos * : impõem uma inaceitável igualdade entre as diferentes épocas de uma mesma vida, uma contemporaneidade niveladora de tudo o que o homem alguma vez viveu; desconsideram o presente negando-lhe a sua posição privilegiada.” in, a identidade, milan kundera
*[«If you wake up at a different time, in a different place, could you wake up as a different person?»]
From Fight Club (romance de Chuck Palahniuk, 1996; filme de David Fincher, 1999)
- «...as causas dessas problemas.»- Maria de Lurdes Rodrigues (ministra da Educação)
- «a medida vai tirar milhares e milhares e milhares de euros aos professores.» - António Avelãs (sindicato Fenprof)
- «...e é isso que eu vou começar por aí» - Fátima Campos Ferreira (apresentadora do programa)
- « interessa-me porque tenho dois pais no sistema.» Canavarro (antigo secretário de estado da educação)
- «...e digo já, não me custou muito tê-los pela frente.» - Canavarro (antigo secretário de estado da educação)
- « ...nessa relatório de avaliação.» - Maria de Lurdes Rodrigues (ministra da Educação)
-« o que é novo, de facto, é uma continuidade.» - Maria de Lurdes Rodrigues (ministra da Educação)
- «também não me peça tudo, eu sou a ministra das escolas e dos alunos.» - Maria de Lurdes Rodrigues (ministra da Educação)
- «...bem, pode rematar Sra. Ministra, uma vez que é a senhora que vai arbitrar tudo isto.» - Fátima Campos Ferreira (apresentadora do programa)
- «sou?...vamos ver.» - Maria de Lurdes Rodrigues (ministra da Educação)
matizes passadas
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